segunda-feira, 12 de novembro de 2012

A Bandeira que falava e o homem que sonhava


Para descontrair e refletir

"A BANDEIRA QUE FALAVA"

"De falar estou cansada - veja a mensagem que trago!
Onde a Ordem? Distante o Progresso!
De ouvir saturada; quantas promessas...tantas asneiras...próprias de asnos...e tudo igual continua.
Oh! filhos da Pátria; entre os símbolos fui eu consagrada.
Queriam lembranças do verde, do ouro fino e terras boas daqui.
Com quem mais me pareço se comigo trago no peito o perfil do gigante, do azul deslumbrante, das coisas boas daqui?
Foi então que no passado surgi; das muitas batalhas sobrevivi; do heroísmo patriota e triunfante; de lanças e espadas cortantes.
Por tantos - corações e anos - considerada.
Meu brilho...hoje quase apagado.
O meu verde se funde no muito sangue e sonhos derramados.
Sangue e sonhos que ao alto clamam justiça à todos os desprezados...e tantos mais.
- Vejam só! confundiram até o amarelo do ouro sagrado!
O que seria riqueza de todos, por poucos foi desejado.
Esse amarelo que à muitos assaz fascinou; nem a honra escapou...a moral e o respeito...Oh! quanta dor; à estes todos comprou.
com quem mais me pareço se comigo trago no peito o perfil do gigante...do azul deslumbrante...das coisas boas daqui?!

"O HOMEM QUE SONHAVA"

- Chora não Bandeira - Pavilhão da Justiça e do Amor!
Perdõe minha intromissão. Pois vendo-a lamentar, tão só e quase esquecida; não hesitei em confortá-la.
Olha - me escuta - trago-lhe novas!
Sabia que estão reorganizando a Política Nacional da Pátria Amada, calcada sob um velho ensinamento que há muito se perdera no tempo e cuja expressão à razão clama: "A PROSPERIDADE DE UMA NAÇÃO NÃO CONSISTE NA ABUNDÂNCIA DOS SEUS RENDIMENTOS, NEM NA FORÇA DAS SUAS FORTIFICAÇÕES, NEM NA BELEZA DE SEUS EDIFÍCIOS PÚBLICOS; MAS CONSISTE NO NÚMERO DE SEUS CIDADÃOS DE EDUCAÇÃO, DE SABER E DE CARÁTER; AÍ RESIDE O SEU VERDADEIRO INTERESSE, A SUA FORÇA, O SEU VERDADEIRO PODER"  (Lutero).
Eu já posso até vislumbrar como será no futuro:
Os corruptos, pérfidos e hipócritas de hoje sendo os arautos da Paz, Benevolência e Justiça de amanhã. Cujo banquete preferido não seja mais o cheiro favorito das obras superfaturadas, rombos bancários, favores e acertos políticos, mas a flagrância celestial que envolvendo fazia-os ressarcir aos cofres públicos, dividir entre pobres e miseráveis, àquilo que, justa ou injustamente, lhes havia. Pois o desejo supremo de servir ao próximo, à causa pública e à Pátria Amada agora superava as cifras que no passado a muitos cortejava.
- E tem mais ainda!
Com esta nova medida provisória - que no futuro será lei a toda hora - tenho a certeza de que serás fielmente erguida; e o vento forte das vozes infantes sacudir-te-ás triunfante no mastro imponente que solitário aguarda o reunir reverente no Grupo Escolar. E o dever cívico não mais serás desprezado mas sim dominado por um desejo constante, gêmeo à fonte - incapaz de secar"
(A BANDEIRA QUE FALAVA E O HOMEM QUE SONHAVA - LCOliveira - Copyright 1998)

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